Tempo...
Ta aí uma coisa dificil de descrever... De expressar... De compreender. Eu consigo lembrar como se fosse ontem do dia em que cheguei em Madrid. Dos medos e angustias, do nervosismo, dos sonhos, das ilusões, das expectativas. Posso lembrar dos primeiros desapontamentos, do inicio das amizades... Das primeiras impressões. Das mudanças das primeiras impressões. Posso lembrar das dificuldades e das vitórias. Da evolução diária.
Olhando pra traz, parece tudo muito perto. Parece que foi tudo muito rápido. Já foram seis meses. Quase sete. Agosto eu volto pro Brasil. Pra familia. Pros amigos. Pros trabalhos. Para as novas vitorias diárias.
A partir de hoje, pensar na chegada de agosto é longe. Quantos meses. Quantas semanas. Quantos dias. Quantas horas. Quanto tempo. Mas pensar do que já passou, torna tudo assustadoramente muito próximo. Muito amanhã. A percepção do tempo é realmente muito subjetiva. Muito controversa. Eu sei. Mas pra mim, é claro e evidente a rapidez com as coisas estão indo.
Semana que vem, mamae chega. Vem visitar. Eu consigo reproduzir a conversa que tive com ela antes de vir, em que ela dizia, Meu filho, eu vou te visitar em madrid. E isso, não porque tenho boa memória. Não porque fico dia a dia martelando o acontecimento. Simplesmente parece recente.
O tempo ta passando, os planos se transformando, a vida se modficando. O tempo.
"Nao se desespere com o tempo, ele passa muito rapido e quando voce menos esperar, vai estar pensando em como sentirá saudades de todas as pessoas que voce conheceu nessa jornada.Também nao se apegue ao tempo. Nao conte os dias para o fim, viva intensamente cada momento, porque sao esses momentos que vao te dar bagagem pras historias que voce vai contar futuramente a todos que ficaram."
Certa vez eu escrevi isso, com todo o carinho, para uma pessoa especial. Diante de todas as minhas experiencias em viagens, em morar fora, decidi apenas expor algumas percepcoes do que eu ja havia vivenciado. E mesmo sabendo de tudo isso, mesmo sabendo a importancia de todas essas palavras, ainda me pego preso ao tempo. Talvez nao seja assim tão fácil se desprender dele por completo. Mas se algumas horas por dia isso for possível, acredite, já é um grande avanço!
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