sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

PARTE UM

Ele abre a porta, e ao fundo vemos ela no vestido de noiva, com as bordas negras de tanto arrastar pelo chão. Ele está eufórico, para não dizer embriagado. Tudo bem bebado. Não é isso que se esperam de uma noite de núpcias, mas as festas de casamento de hoje em dia são completamente diferentes de antigamente. A começar pelo vestido branco da noiva. A pureza e virgindade como fator principal para a união matrimonial já caiu por terra. Talvez nem naquela época existia. A história deles é comum. Poderia ter acontecido com qualquer um. Em qualquer lugar. Em qalquer momento. Pode estar acontecendo agora na esqueina da sua casa. Há exatos noventa e cinco dias, treze horas, quarenta minutos e vinte segundos, ele estava dirigindo e bateu no carro dela que estava à sua frente. Noventa e cinco dias, nove horas, dez minutos e três segundos depois, ele estava dizendo sim para ela, e ela para ele. E o amor havia sido jurado eterno.
Como eu disse, uma história normal e comum. A gente pode falar que a velocidade dos dias de hoje impossibilita o amor, que tudo é culpa da globalização que deturpou nossa noção de tempo, que nos dias de hoje mandamos email, e, um segundo depois já estamos irritados porque não nos responderam, e que o twitter acabou com a existencia da privacidade e que em um mundo onde as informações voam por cima de nossas cabeças de computadores para computadores, o que quer dizer dias? O que é o tempo? Em que ele interfere em nossas vidas? Poderíamos. Poderíamos filosofar sobre a vida. Mas a verdade é que eles são malucos. A verdade é que amor a primeira vista não existe e que logo logo eles se arrependerão do que fizeram. Mas eles ainda estão muito bêbados para perceberem!

Ela - Marido? Maridoooo?
Ele - Oi meu bem - Sim. Isso na mão dele é uma cerveja- O que você ainda está fazendo aí fora?
Ela - Te esperando uai!
Ele - Estranho, eu achei que a gente ia morar aqui dentro!
Ela - Você tem que me pegar no colo. Trás boa sorte!
Ele - Boa sorte? Porque?
Ela - POrque sim. POrque é uma tradição. É uma simbologia de que estamos começando uma nova etapa de nossas vidas, estaremos sempre jutos!
Ele - Estranho... Pra mim parece mais uma tradição que diz que eu vou te carregar para sempre. Independente do que seja. O que é mentira né amor, até porque a gente sabe que quem trabalha aqui é você. Na verdade você deveria entrar me carregando no colo. Mas como eu já entrei... Bom perdeu o sentido. Vem, vamos beber! Quer dizer... Celebrar!
Ele sai. É. Eu esquecid de dizer. Ela é advogada. De sucesso. Tem seu escritório, ganha quase todas as causas que pega, já uniu muitas família, ja mandou pra prisão muito marido sem vergonha e pai safado. Ele. Bom... Ele é artista. Definição dada por ele mesmo. Ela continua do lado de fora.

Ela - Vem aqui agora me pega no colo e me coloca pra dentro!
Ele obedece. Apesar dos pesares ele é obediente. Ele sempre respeita o que ela tem a dizer. Dificil entender o motivo. Mas ele é.
Ele - Pronto meu amor!
Ela - Ah meu amor... Você é tão romântico!
Dez minutos e trinta segundos depois ele ja estará roncando no sofá. Ela sairá de dentro do quarto vestindo a roupa mais sexy. Roupa esta, que ela estava guardando faz muito tempo para sua noite especial....

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